Se de um lado a Starlink é hoje a principal desafiadora do status quo no mercado de satélites, ela pode estar em vias de ser a primeira a viabilizar uma nova era tecnológica há alguns anos apontada como um caminho importante para a própria indústria: a conectividade por laser para satélites.
“Vamos lançar comercialmente uma tecnologia chamada ‘plug-and-plaser’ que é basicamente comercializar os nossos lasers e colocar em outros sistemas de satélite. Estamos animados, vamos colocar para rodar com o lançamento da próxima Dragon (espaçonave tripulada da empresa) no Verão”, disse a CEO da SpaceX, Gwynne Shotwell, durante a Satellite 2024″, disse a executiva, destacando ainda estar animada em ter comunicação nas bases na Lua e Starlink em Marte.
A tecnologia de comunicação a laser já está sendo aplicada em projetos como a constelação Lightspeed da Telesat e a constelação mPower da SES. O presidente da SES, Adel Al Saleh, destacou a possibilidade de interligação entre satélites de diferentes constelações, abrindo uma nova era para o processamento de big data. A SpaceX também utiliza essa tecnologia em sua nova geração de satélites Starlink, permitindo a troca direta de informações no espaço, sem a necessidade de muitos gateways terrestres. A empresa agora oferece essa capacidade a outros operadores, criando um backhaul óptico entre satélites. Isso levanta questões sobre a soberania das informações e a padronização para uso com outros equipamentos .
Em entrevista a este noticiário em 2022, o então CEO da SES, Steve Collar, havia apontado a tecnologia de conectividade óptica entre satélites como uma ferramenta importante e segura para a distribuição de chaves de criptografia, por exemplo, pela sua baixíssima latência e altíssima segurança.